quinta-feira, 8 de setembro de 2011

ALÉM DO BEM E DO MAL


Friedrich Nietzsche, em todos os seus livros, abordou temas recorrentes, como a ideia de super-homem, isto é, de indivíduo dotado de vontade de poder, a ideia segundo a qual sua obra pertencia ao futuro devido às dúvidas feitas às certezas estabelecidas, e que, por isso mesmo, se voltava para os espíritos livres.
O título de cada livro pode ser encontrado em referências em livros anteriores ou posteriores à sua publicação. Caso mais recorrente é o Zaratustra. Além do bem e do mal, por exemplo, livro publicado em 1886 é uma expressão citada algumas vezes, particularmente em Gaia Ciência, de 1882. Ao que parece, Nietzsche queria, pela força da repetição, convencer o leitor de que a verdade é algo mutável, depende muito da posição social que se ocupa. Por exemplo, embora o livro não discuta exclusivamente sob essa perspectiva, um dos pontos é mostrar como o mal ou o bem pode variar conforme o indivíduo pertencer à elite econômica ou ao vulgo.
Nietzsche nos coloca num mundo das relatividades em que o que importa é lançar dúvidas. Posiciona-se contra a tradição da filosofia que busca a verdade categórica, como imperativo. De Platão a Kant. É particularmente contra este que volta. Para Nietzsche, Kant teria provocado a decadência da filosofia alemã, particularmente pela descoberta da faculdade de juízo a priori. Ora, a dúvida não combina com esses juízos. A dúvida combina com o relativo, com as possibilidades, não as certezas. Nada é imutável. Por este motivo, posiciona-se contra conceitos que se querem pétreos: a imortalidade da alma, o instinto da autoconservação, a coisa em si. Mesmo as ciências duras, como a física, conteriam explicações de ordem subjetiva, não necessariamente verdadeiras, pois.

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